17 de dez. de 2008

Anhangüera dá Samba XVIII

O ano vai chegando ao seu final, o segundo ano de Anhangüera dá Samba!. Sempre, na última semana do mês, aquela correria com bebidas, equipamento de som, convidados especiais e outras coisas necessárias para a realização do samba. Não há, porém, ninguém que trabalhe, para que tudo corra tranqüilamente, nos triques, mais que meu pai, o bom Mimi. É ele quem segura umas broncas que eu, por conta de um cotidiano que não me flexibiliza de dia, não daria conta. A gente resolve muita coisa por telefone, mas quem arranja o troco, compra as miudezas no mercado, controla as fichas e ainda por cima fica a noite inteira no caixa, é o velho. Por isso, e se estou aqui escrevendo mais uma vez e pela décima oitava vez sobre o assunto, deixo registrado publicamente meu eterno agradecimento ao velho.

Quando eu disse que "para que tudo corra tranqüilamente, nos triques", devo fazer uma ressalva. Graças a meu pai, o samba que já tem um tempinho de existência, quase perdeu a invencibilidade no que se refere à confusões, brigas, essas bossas tão inerentes a ele, um varzeano de nascência. Uma vez, por causa de cinqüenta centavos, quase estalou um "camarada" seu do bairro, de infância. Tudo porque a lei que vale para meu pai é a de que "o que é certo, é certo". Se pedir com jeito, do tipo: "olha, senhor, está faltando uma moeda pra eu tomar minha décima cerveja da noite", é claro que Mimi vai liberar. O que não vale, o que não é admitido, é nego querer levar vantagem.

Voltando ao samba. Recebemos, em Novembro, o João Borba. Mas por um triz, quase que não. Sua apresentação, que estava marcada para a 1h, começou as 3h. Depois de o carro ter enguiçado, Borba se perdeu nos meandros do Bom Retiro. Ao chegar foi direto pra roda do samba, até as 4h, quando encerrou a noite em grande estilo, cantando muito samba de São Paulo, sua especialidade. Durante a espera, porém, os Inimigos do Batente estraçalhavam. A noite inteira. Afortunados que somos, as 2h fui convocado pelo Bira à portaria do clube. Estava lá, devidamente uniformizada, uma turma da pesada do Peruche, liderada pelas viscerais cantoras Denise Carvalho e Bernadete, que acalmaram os ânimos daqueles que perguntavam pelo Borba.

O vídeo com o Borba cantando em breve estará disponível.

Sexta feira, dia 19, tem a última edição do ano. A convidada, conhecida de longa data, e que nos prestigia sempre que pode, será a majestosa Dona Inah. Sua voz bem definiu o Paulo Cesar Pinheiro: uma voz natural, intuitiva; nada é muito trabalhado. D. Inah vive grande fase; acaba de lançar seu segundo disco, Olha quem chega, com músicas de Eduardo Gudin (quem sabe se ele não dá o ar da graça?), um disco obrigatório. Enfim, não há histórico que eu escreva aqui que descreva a força da presença de D. Inah. É estar sexta feira lá pra ver. Deixo um áudio de D. Inah cantando Qual foi o mal que eu te fiz?, da monstruosa dupla Cartola-Noel Rosa, gravada em seu primeiro disco.

Por causa de uma falha no programa que eu subo o áudio, também o disponilizarei assim que puder. Perdoem nossa falha.
Até sexta!

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